EFEITO DO CLIMA NAS CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DA MADEIRA DE UM CLONE DE Eucalyptus urophylla

Nome: MARIA NARUNA FELIX DE ALMEIDA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/01/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GRAZIELA BAPTISTA VIDAURRE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CLAYTON ALCARDE ALVARES Examinador Externo
GRAZIELA BAPTISTA VIDAURRE Orientador
JOSÉ EDUARDO MACEDO PEZZOPANE Coorientador
JOSÉ LUIS PENETRA CERVEIRA LOUSADA Coorientador
MARIA EMÍLIA CALVÃO MOREIRA DA SILVA Examinador Externo

Resumo: O clima contribui para crescimento e desenvolvimento das células da madeira, pois interfere na ecofisiologia da planta, seu crescimento e acúmulo de biomassa. Considerando a extensão do território brasileiro, com diferenças edafoclimáticas marcantes, a expansão das fronteiras florestais e a diversidade de resultados sobre a influência das variáveis climáticas nas propriedades da madeira de eucaliptos, essa tese objetivou avaliar e comparar as propriedades e características do clone de eucalipto mais plantado no Brasil (E. urophylla) em função das diferenças climáticas entre 12 sítios ao longo do gradiente climático brasileiro. As características da madeira avaliadas foram: densidade da madeira (DM), porcentagem de cerne (%C) e densidade de cerne e alburno (DC e DA), elementos anatômicos do xilema (área (AV) e frequência de vasos (FV), espessura da parede das fibras (EPF) e diâmetro do lúmen das fibras (DLF)) e composição química da madeira (teor de extrativos, lignina, relação siringyl/guaiacyl (S/G) e cinzas, CHNS e elementos minerais). Variáveis meteorológicas como temperatura média do ar (T), precipitação (P), e déficit hídrico (DEF) por sítio, referentes a cada ano de cultivo e média dos seis anos, foram utilizadas para comparação. As variáveis dendrométricas incremento médio anual (IMA) e incremento em volume do ciclo (IVC) também foram utilizadas. As médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott. Correlação de Pearson e análise de regressão linear foram utilizadas para verificar a influência das variáveis meteorológicas nas características da madeira. Os sítios mais úmidos, localizados em maiores latitudes, apresentaram os maiores valores de %C (entre 61 e 67%). Em geral, a densidade de cerne foi menor que a densidade de alburno (DA), com os sítios com menores valores de IMA apresentando os menores valores de DA, e sítios úmidos com IMA mais elevados as maiores densidades. %C apresentou correlações fortes e significativas com T, P, DEF, e IMA, enquanto DM apresentou correlações moderadas e significativas apenas com T e IMA. A influência do clima na densidade da madeira de E. urophylla ocorreu principalmente a partir dos 20 meses de crescimento das árvores, quando DM se correlacionou principalmente com T (r > 0,6). O aumento em 1 °C em T resultou na redução de DM em 0,014 g cm-3, e aumentos de 10 m³ ha-1 no volume final foram relacionados a um aumento de 0,004 g cm-3 em DM. A espacialização da densidade mostrou a tendência de gradiente positivo de densidade do norte para o sul do Brasil. Temperatura foi novamente a variável que apresentou as maiores correlações, agora com as características anatômicas da madeira. Entre sítios, as diferenças climáticas foram mais acentuadas do que entre ciclos, o que levou a melhores correlações do clima com as médias finais das características da madeira. Temperatura apresentou correlações fortes e negativas com DM, AV e EPF (r = -0,89, r = -0,75 e r = -0,83) e positiva com FV e DLF (r = 0,62, r = 0,84). Lignina total, holocelulose e cinzas não apresentaram diferenças significativas entre sítios. Na análise elementar, o sítio 33, mais úmido, se diferenciou dos demais apresentando maior conteúdo de carbono e hidrogênio, e menores valores de oxigênio. Somente o teor de lignina total e a relação S/G apresentaram correlações significativas com as variáveis meteorológicas, com sítios mais secos apresentando maior relação S/G. Em relação à quantificação de elementos minerais, maiores teores de um elemento não significaram necessariamente teores elevados dos demais e sítios menos produtivos exportaram menos elementos por hectare. No geral, o clone de E. urophylla expressou seu fenótipo de maior crescimento e densidade da madeira nos sítios com condições climáticas mais próximas às condições para qual foi melhorado (Cwa), e a escolha do sítio se revelou um fator mais importante na alteração das propriedades da madeira do que as flutuações do clima em cada local.

Palavras chave: densidade da madeira, anatomia da madeira, química da madeira, temperatura, expansão florestal, mudanças climáticas.

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