Avaliação tecnológica da aplicabilidade de tanino em pó de Acacia mearnsii em chapas aglomeradas com madeira de Acacia mangium

Resumo: No emprego de painéis para áreas exteriores, obtém-se excelentes resultados com a resina à base de fenol formaldeído, uma vez que proporciona boa resistência à umidade. Já para ambientes interiores, as resinas mais utilizadas são à base de uréia formaldeído. Na fabricação de painéis de madeira são empregados diferentes tipos de resinas, muitas das quais são sintéticas, como as já citadas. Estudos ainda apontam o uso de resinas como a melamina formaldeído (MF), resorcinol formaldeído e também o tanino formaldeído.
A partir da década de 1970, novas pesquisas foram necessárias para estimular a busca por tecnologias de produção de novos adesivos, principalmente a base de matérias primas naturais, a exemplo do tanino. Apesar de alguns aspectos negativos como baixa resistência coesiva e à umidade, o uso desta esta matéria prima é permitida mediante o uso de técnicas adequadas como a redução da viscosidade mediante adição de endurecedores, fazendo com que este polifenol seja eficiente na produção de aglomerados.
Os taninos, conhecidos como polifenóis, estão presentes principalmente na casca de algumas espécies florestais, como Pinus spp., Eucalyptus spp. e algumas leguminosas de amplo conhecimento, como a Acacia mearnsii a mais utilizada na exploração e industrialização do tanino para a fabricação de resinas para a indústria madeireira de painéis de madeira.
No entanto, há algumas limitações para a utilização dos adesivos à base de tanino. Os extratos tânicos comerciais contêm, aminoácidos, açúcares e gomas de alto peso molecular, assim como substâncias fenólicas ativas, contribuindo para a diminuição da qualidade de sua colagem.
Os painéis a base de madeira produzidos no Brasil são constituídos basicamente com madeira de pinus de diferentes espécies. Em função da crescente demanda por matéria prima, surge a necessidade de utilização de outras espécies, principalmente de rápido crescimento, como aquelas pertencentes ao gênero Eucalyptus e algumas leguminosas. Dentre estas se destacam o guapuruvu, na confecção de lâminas para compensado e aquelas pertencentes ao gênero Acacia, destacando a Acacia mangium.
A maior área plantada com árvores de rápido crescimento no país é com eucalipto, assim uma nova espécie que pode promover o desenvolvimento regional associada a novas tecnologias é interessante. Atualmente, novas alternativas para os usos tradicionais, como carvão vegetal, polpa celulósica e aglomerado com a madeira de eucalipto, são muito estudadas, porém, novas espécies ainda são uma lacuna, principalmente quando se pensa em fabricação de painel aglomerado de partículas de média densidade, o que vem demonstrando ser de grande viabilidade.
A exploração da madeira de Acacia mangium para confecção de painéis aglomerados não é novidade, sendo a idade da árvore um importante fator. Árvores de menor idade tendem a possuir menor densidade básica, o que é um fator interessante quando se propõe um painel aglomerado. O crescimento de plantios desta espécie no País para energia, já é uma realidade, assim, uma forma mais rentável para o produtor florestal poderia ser interessante, quando se pensa em políticas públicas ou mesmo em caráter de fomento florestal por empresas privadas.
A fabricação de painéis aglomerados, também chamados de chapas de partículas de madeira aglomerada são produtos fabricados com fragmentos de madeira ou outros materiais lignocelulósicos, mediante aglutinação com adesivos sintéticos, naturais ou mistos, submetidos à prensagem a quente para completa cura da resina. Sendo que a espécie utilizada na fabricação de aglomerados é uma das mais importantes variáveis no processo de produção. Diversos são os autores que buscam por uma qualidade tecnológica nos painéis aglomerados a base de madeira, sendo os estudos concentrados em combinações de algumas variáveis, como teor e tipo de adesivo, umidade das partículas, aditivos, granulometria das partículas, e ainda do processo de fabricação das mesmas, como tempo de prensagem, temperatura da prensa, entre outros.
As alterações ocorridas após adição de tanino comercial ao adesivo químico ainda é buscado, isso por ser um componente de elevado peso molecular e solúvel em água, além de possuir um caráter de tornar-se imóvel em função do pequeno número de ligações metilênicas. Este comportamento pode, mediante ação do calor e pressão, resultar em uma fraca linha de cola e tornar-se quebradiça.

Data de início: 15/03/2012
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Coordenador FABRICIO GOMES GONÇALVES
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