ECOFISSIOLOGIA DA CASTANHA-DO-BRASIL (Bertholletia excelsa Bonpl.) FRENTE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Nome: LUCIANA DE SOUZA LORENZONI PASCHOA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 12/02/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
GILSON FERNANDES DA SILVA Co-orientador
JOSÉ EDUARDO MACEDO PEZZOPANE Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JOÃO VITOR TOLEDO Examinador Externo
JOSÉ EDUARDO MACEDO PEZZOPANE Orientador
KARLA MARIA PEDRA DE ABREU Examinador Externo
MANUEL FERNÁNDEZ MARTÍNEZ Examinador Externo
TALITA MIRANDA TEIXEIRA XAVIER Coorientador

Resumo: A castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa Bonpl.) é uma espécie de alta importância para o setor florestal brasileiro, pois gera empregos e renda por meio do extrativismo não madeireiro. A exploração da castanha-do-brasil concentra-se em áreas nativas, entretanto existe potencial para a implantação de áreas de cultivo dessa árvore. Para isso, é importante entender a interação clima x espécie em outras regiões, um vez que as mudanças climáticas têm causado uma série de preocupações, relacionada aos possíveis impactos negativos sobre os vegetais. A espécie B. excelsa requer uma atenção maior, tendo em vista que já se encontra ameaçada de extinção. Este estudo objetivou avaliar o efeito da temperatura, déficit de pressão de vapor atmosférico (DPV) e das mudanças climáticas, em diferentes níveis de água no solo, na ecofisiologia e na produção de massa seca da castanha-do-brasil. Foram realizados dois experimentos em casas de vegetação climatizadas para simulação de diferentes microclimas. O primeiro teve como objetivo investigar as respostas ecofisiológicas de plantas juvenis de B. excelsa, com e sem deficiência hídrica, em ambientes que simularam o clima da Amazônia Central e em outros dois ambientes de climas contrastantes, sendo um com maior DPV e outro com menor temperatura do ar. Verificou-se que plantas de castanha-do-brasil toleram aumento de DPV médio de 0,9 kPa, mas não em redução da temperatura média para 20,9 °C. No segundo experimento, buscou-se verificar a influência de cenários de mudanças climáticas na ecofisiologia de plantas jovens de B. excelsa. Para tal, as plantas foram distribuídas em três cenários: a Amazônia Central atual e os outros dois os cenários de mudanças climáticas estimados pelo IPCC (2013) para 2100: o RCP4.5 e o RCP8.5. Em cada cenário, as plantas foram mantidas com dois níveis de água no substrato: a 90% e a 40 % da capacidade de campo. No presente estudo, as mudanças climáticas impactaram de forma positiva as plantas jovens da B. excelsa. As variações das condições climáticas descritas nos cenários RCP4.5 e o RCP8.5 foram benéficas para a ecofisiologia da B. excelsa, pois devido ao aumento da [CO2] atmosférica, houve um incremento na fotossíntese líquida e, consequentemente, na produção de massa seca de plantas irrigadas da espécie estudada. Essas variações nas condições climáticas não intensificaram os prejuízos causados pela deficiência hídrica. A temperatura é o fator que mais pode limitar a fotossíntese e a produção de massa seca da B. excelsa. As plantas jovens da espécie estudada suportam o aumento do DPV e conseguiram aclimatar-se revertendo os danos causados pelo mesmo. As mudanças climáticas previstas para 2100 beneficiarão a ecofisiologia e produção de massa seca da B. excelsa. A deficiência hídrica foi o tratamento que mais prejudicou a espécie, e não foi intensificada pelos ambientes climáticos testados.

Palavras-chave: Amazônia, déficit de pressão de vapor, fotossíntese, massa seca, mudanças climáticas, temperatura do ar.

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